Conheça algumas alterações de ECG de atleta!

As principais alterações encontradas no eletrocardiograma (ECG) de atletas refletem adaptações fisiológicas ao treinamento intenso e prolongado, conhecidas como “coração de atleta”. Essas alterações incluem:
 
1. Bradicardia Sinusal: Frequência cardíaca de repouso mais baixa é comum devido ao aumento do tônus vagal.[1-3]
2. Aumento da Voltagem das Ondas R e T: Atletas frequentemente apresentam maior amplitude das ondas R e T, refletindo hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e aumento da massa ventricular.[2][4]
3. Intervalos PR e QT Prolongados: O prolongamento do intervalo PR e QT é observado, possivelmente devido ao aumento do tamanho das câmaras cardíacas e ao efeito do treinamento sobre a condução elétrica.[2][4]
4. Bloqueio Incompleto do Ramo Direito (BIRD): O BIRD é mais prevalente em atletas, especialmente em mulheres, e pode ser uma manifestação de remodelação elétrica.[2]
5. Repolarização Precoce: A elevação do segmento ST, conhecida como repolarização precoce, é comum e geralmente benigna em atletas.[3][5]
6. Inversão da Onda T: A inversão da onda T, especialmente nas derivações precordiais direitas, é mais comum em atletas de resistência e pode refletir remodelação ventricular direita.[6-7]
7. Hipertrofia Ventricular Direita (HVD): A HVD é mais prevalente em atletas de resistência, possivelmente devido ao aumento da carga de trabalho sobre o ventrículo direito.[6]
Essas alterações são geralmente benignas e refletem adaptações fisiológicas ao exercício. No entanto, é crucial diferenciar essas mudanças de condições patológicas, como a cardiomiopatia hipertrófica, que pode apresentar achados semelhantes no ECG.[8] A interpretação correta do ECG em atletas deve considerar o tipo de esporte, a intensidade do treinamento e as características individuais, incluindo sexo e etnia.[2-3][7]
  1. A Comprehensive Electrocardiographic Analysis for Young Athletes. Yanık H, Değirmenci E, Büyükakıllı B. Medical & Biological Engineering & Computing. 2021;59(9):1865-1876. doi:10.1007/s11517-021-02401-2.Details

2. Electrical and Structural Remodelling in Female Athlete’s Heart: A Comparative Study in Women vs Men Athletes and Controls. D’Ascenzi F, Cavigli L, Marchese A, et al. International Journal of Cardiology. 2024;400:131808. oi:10.1016/j.ijcard.2024.131808.

3. Electrocardiographic Findings in Professional Male Athletes. Raman KS, Vyselaar JR. Clinical Journal of Sport Medicine : Official Journal of the Canadian Academy of Sport Medicine. 2022;32(5):e513-e520. doi:10.1097/JSM.0000000000001006.Details

4. Electrocardiographic Manifestations in Female Team Handball Players: Analyzing ECG Changes in Athletes. Malmgren A, Trägårdh E, Gudmundsson P, et al. Frontiers in Sports and Active Living. 2024;6:1384483. doi:10.3389/fspor.2024.1384483.

5. Digitized Electrocardiography Measurements Support the Biological Plausibility of the Pathological Significance of ST Segments in Athletes. Montalvo S, Froelicher VF, Hadley D, Wheeler MT. Clinical Journal of Sport Medicine : Official Journal of the Canadian Academy of Sport Medicine. 2024;34(4):362-369. doi:10.1097/JSM.0000000000001199.

6. Comparison of Frequency of Significant Electrocardiographic Abnormalities in Endurance Versus Nonendurance Athletes. Brosnan M, La Gerche A, Kalman J, et al. The American Journal of Cardiology. 2014;113(9):1567-73. doi:10.1016/j.amjcard.2014.01.438.Details

7. Electrocardiographic and Echocardiographic Findings in Black Athletes: A General Review. Pambo P, Scharhag J. Clinical Journal of Sport Medicine : Official Journal of the Canadian Academy of Sport Medicine. 2021;31(3):321-329. doi:10.1097/JSM.0000000000000754.Details

8. Electrocardiographic Abnormalities in Elite High School Athletes: Comparison to Adolescent Hypertrophic Cardiomyopathy. Thompson AJ, Cannon BC, Wackel PL, et al. British Journal of Sports Medicine. 2016;50(2):105-10. doi:10.1136/bjsports-2015-094880.

Posts relacionados